domingo, 13 de abril de 2014

Sociolinguística

Olá! Eu sou a Talita e (chegando atrasada) minha primeira postagem falará sobre um dos conceitos da Linguística Estrutural de Saussure: a Sociolinguística. Tema este que me interessou muito e foi primeiramente abordado na nossa primeira aula de Teorias do Texto, em 10 de março, e retomado na nossa revisão pré-prova, em 31 de março.

O conceito geral de Sociolinguística, resumidamente, é: o estudo da relação entre a língua e a sociedade, concentrando-se em especial na variabilidade social da língua (Fonte: Infopédia). Mas como exemplificar isso? Pensemos, primeiramente, nas várias comunidades existentes no mundo. Sem dúvida, a língua é o instrumento mais utilizado por estas comunidades e, como as mesmas são heterogêneas, multifacetadas e sujeitas a constantes modificações, a língua sofre, interna e externamente, a influência dessas mudanças, conservando apenas a sua estrutura básica. (Fonte: Caputo, Ângelo Renan A. "SOCIOLINGUÍSTICA – A LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES.")

Agora vamos trazer esse exemplo para a nossa realidade, pensando no nosso idioma: a Língua Portuguesa. São inegáveis as inúmeras variações que ela tem, todas de acordo com a comunidade e a prática social que a utiliza. Nisso, há alguns subtópicos para explicá-los: as variedades linguísticas.

  • Dialeto: a variação de acordo com o local.
Ex.: a macaxeira do nordeste, que é a mandioca do sudeste.

  • Socioleto: a variação de acordo com a subcultura falante.
Ex.: para os funkeiros, zica é algo muito bom ou muito bonito, enquanto seu significado comum é má sorte.

  • Cronoleto: a variação de acordo com a faixa etária ou a geração.
Ex.: o pão de antigamente, que é o gatinho de hoje em dia.

  • Etnoleto: a variação de acordo com a etnia.
Ex.: o axé de boa sorte dos candomblecistas.

  • Idioleto: a variação da língua para cada indivíduo.
Ex.: o uso de “c’mon, kids!” pelo famoso Supla. Às vezes pode ser imortalizado como apelido, como o uso de “tchê” por Ernesto Guevara, que originou seu famoso apelido “Che”.

Diante desses conceitos, não se pode dizer que há uma linguagem “incorreta”, pelo menos não diante da gramática descritiva (que, como visto na aula de Gramática Aplicada de 13 de março, estuda como a língua realmente é). Mas somos desde o começo ensinados a enxergar somente a forma prescritiva (ibidem, estuda como a língua deve ser). Isso gera o chamado preconceito linguístico, que é quando zombamos da forma do outro indivíduo falar. E é algo que já se tornou um chavão humorístico, aparecendo em diversos veículos, com diversos personagens, como nas imagens abaixo:

O personagem Jackson Five, O Motoboy, do humorista Marco Luque, que ironiza as gírias paulistanas.

Chico Bento, de Maurício de Sousa, que fala o dialeto capiria, característico do interior da região sudeste.

Cebolinha, também de Maurício de Sousa, que tem o tique de trocar a letra R por L.

Mas como vimos no comecinho do texto, as comunidades são heterogenias e estão sempre sofrendo constantes mudanças, não diferente com a língua. Se já estamos deixando de lado o preconceito com a miscigenação étnica e cultural, porque não deixar de lado o preconceito contra a “miscigenação linguística”? Pensem nisso :D

Um beijo!
~Talita

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